Empresas de Energia no Brasil

As empresas de energia elétrica desempenham um papel fundamental na economia e no dia a dia das pessoas. Elas são responsáveis pelos diferentes estágios da energia elétrica, desde a sua geração até a distribuição nos locais necessários. No Brasil, o setor elétrico é marcado por extrema segurança, com reajustes mensais das tarifas, de acordo com a inflação, e boa sustentabilidade da matriz energética.

Muitos investidores veem com bons olhos investir nesse pois, considerando ele como perene na economia brasileira. Neste artigo iremos explorar as divisões dessa indústria, suas vantagens e desvantagens, a fim de compreender melhor esse ecossistema essencial ao funcionamento do nosso país.

Imagem de desenho que mostra os três setores da indústria de energia elétrica: Geração, Transmissão e Distribuição.

Os Setores da Energia Elétrica

O setor elétrico é estruturado em três principais grandes áreas:

1. Geração de Energia

A geração de energia é a etapa inicial do processo. Ela envolve a produção de eletricidade. No entanto, ela pode ter diferentes  fontes, como usinas nucleares, hidrelétricas, termelétricas, eólicas ou solares.

No Brasil, as hidrelétricas são a principal fonte de energia, representando cerca de 60% da matriz elétrica. Isso gera uma instabilidade de acordo com a variação climática do momento, tornando o Brasil dependente de chuvas constantes. Contudo, as fontes renováveis vêm crescendo rapidamente, como energia solar e eólica, devido aos avanços tecnológicos e incentivos governamentais.

2. Transmissão de Energia

A geração de energia geralmente ocorre em locais afastados dos grandes centros consumidores, e precisa ser transportada até as grandes cidades. Nesse momento que as empresas de transmissão são requisitadas. Portanto, elas operam redes de alta tensão que podem se estender por milhares de quilômetros (são elas as responsáveis pelas torres que vemos nas estradas)  para conectar as usinas geradoras até suas subestações próximas aos centros urbanos.

É considerado o setor elétrico mais consistente. Pois não depende do clima e opera a partir de contratos de longa duração, com reajustes especificados. Um dos exemplos mais expoentes desse setor é a TAESA, ou TAEE11 na bolsa de valores brasileira, responsável por mais de 13 mil quilômetros de linhas de transmissão no Brasil.

3. Distribuição de Energia

A última etapa é a distribuição, quando a eletricidade vai das subestações até os consumidores finais, sejam eles residenciais, comerciais ou industriais. As concessionárias de distribuição operam redes de média e baixa tensão para garantir que a energia seja entregue com qualidade e segurança. 

Este é considerado o segmento mais instável. Pois enfrenta desafios como perdas técnicas (o “gato” elétrico, e demais irregularidades) e inadimplência. Por causa disso, as empresas desse setor são as mais descontadas na bolsa de valores, mesmo havendo oportunidades de inovação.

Correção das Tarifas e Contratos de Energia

A regulação do setor elétrico no Brasil estabelece mecanismos para a correção das tarifas de energia elétrica, garantindo previsibilidade para empresas e consumidores. Os contratos das distribuidoras têm duração de 30 anos e as tarifas são reajustadas anualmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Sendo os principais índices utilizados para essa correção são o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Além disso, os contratos de transmissão e venda de energia podem durar entre 10 a 30 anos. No segmento de transmissão, as empresas recebem uma Receita Anual Permitida (RAP), corrigida anualmente pela inflação. Porém, os contratos de transmissão geralmente têm duração de 30 anos, com uma redução na RAP após 15 anos, devido a amortização do investimento.

Desafios das Empresas de Energia Elétrica

No Brasil, devido à alta dependência de fontes energéticas sensíveis ao clima, em períodos de seca pode haver grandes oscilações na geração de energia. O que acarreta em mal uso da estrutura das usinas, gerando ônus à população e às empresas do setor, por descumprimento dos contratos.

Além disso, depende do aval de políticos para reajustes justos, de acordo com a inflação real. Pois, em certos momentos, como no Governo Dilma II, houveram bloqueios de reajustes, o que acarretou em prejuízos às empresas deste setor.

Outro problema é a geração distribuída de energia, que, embora benéfica aos cidadãos, traz menor demanda de energia produzida pelas empresas. Devido à maior acessibilidade aos painéis solares e usinas eólicas, há uma menor procura pela energia das grandes empresas, tanto pelos consumidores domésticos quanto industriais.

Imagem de desenho de uma casa com painel solar, representando a geração doméstica de energia.