Neste artigo iremos explorar as diferentes filosofias de investimento, usadas como base para investimento em ações. Algumas dessas ideias guiam as pessoas, de maneira quase total, para escolher quais ações comprar e manter no longo prazo. É importante pontuar que elas podem ter alguns ideias opostos e concordar em outros quesitos.
Também destaco que não existe apenas uma que esteja correta, muitas podem oferecer bom desempenho ao passar dos anos. À depender do momento, outras se sairão melhor por causa dos fatores correntes, sem que sejam saudáveis no longo prazo. Desta forma, é sempre necessário levar à tese de investimentos para períodos grandes, a fim de ter comparações justas.
Value Investing
Esta filosofia defende a compra de ações que se encontrem abaixo do seu valor intrínseco. Isto é, que estejam subvalorizadas na bolsa de valores. Usam principalmente métricas como o Preço/Lucro e o Preço/Valor Patrimonial, que consideram os ativos da empresa em relação ao preço pago por eles.
Quanto menores essas métricas, maior será o desconto da empresa em relação ao seu preço ideal. O investidor Benjamin Graham criou a seguinte fórmula que busca definir o valor justo de uma ação:

Assim, as ações que estirem abaixo do resultado dessa fórmula, com suas respectivas métricas, são mais preferíveis para compra.
Growth Investing
Os adeptos dessa doutrina buscam investir em ações com potencial de grandes crescimentos, sem se importar com os seus preços. Confesso que não sou muito chegado, justamente pelo futuro no mundo financeiro ser muito imprevisível. Grandes disrupções ocorrem de tempos em tempos.
No entanto, podemos observar players importantes do mercado com grandes ganhos através dessa ideia. Como exemplo, podemos citar o Warren Buffet, que manteve os papéis de empresas que ele acreditava terem crescimento no longo prazo.
Buy & Hold
Este pensamento defende que as ações sejam mantidas pelo máximo de tempo possível. E que o investimento em ações só é correto quando se pensa no longo. Porém, ele alerta para que desfazer suas posições caso percam os fundamentos.
Esta doutrina é comumente aliada a outras filosofias de investimento, que guiam para quais ações escolher. Mas os defensores deste ideal concordam na compra apenas das empresas que apresentam solidez para o futuro distante.
BogleHead
Fundada por John Bogle, é baseada em dois princípios: Praticidade e Limitação de Informações. Sobre a praticidade, esta não defende a compra de ativos específicos, mas sim a compra de índices, que acompanham cestas de várias ativos. Por exemplo, o SP500, que acompanha as quinhentas maiores empresas dos Estados Unidos, e pode ser comprada por investidores brasileiros através de ETFs (Exchange Traded Fund). Assim, invés de precisar comprar diversos ativos, pode comprar poucos e ainda ter uma carteira bem diversificada.
Já sobre a limitação das informações, esta filosofia considera que apenas um investidor nunca poderá tomar decisões tão boas que conseguirá bater o mercado no longíssimo prazo. Assim, se torna muito mais correta a extrema diversificação através de índices. É importante notar que essa doutrina se baseia na Teoria dos Mercados Eficientes, da qual o autor não corrobora totalmente.
Stock Picking
Destoando completamente da anterior, o Stock Picking é a seleção individual de ações, com base em diversos critérios. Também critérios que considerados pelo Value Investing e Growth Investing. Esse tipo de alocação é responsável por enormes altas, mas também por grandes perdas, caso o investidor não consiga avaliar bem as ações.
Essa com certeza é filosofia mais disseminada na internet e utilizada pelos grandes investidores. Luis Barsi e Warren Buffet são exemplos de adeptos desta filosofia.
Considerações Finais
Estas filosofias de investimento apenas abrangem a parte de renda variável. Uma carteira saudável de investimentos pode ter alocações tanto em renda fixa e variável. Logo é importante saber balancear as suas posições.
Uma outra doutrina de investimento a ser considerada é do escritor Nassin Tabele. Este defende grande parte da carteira em posições de extrema segurança, e a outra parte em apostas assimétricas do mercado. Isto é, aquelas com potencial de grande crescimento, mas poucas chances de percas.